No setor elétrico, a compreensão dos impactos das operações e das mudanças no sistema é crucial para garantir eficiência, segurança e sustentabilidade. O RISE, sigla para Relatório de Impacto no Sistema Elétrico, é um documento técnico elaborado para avaliar e compreender os efeitos que determinado empreendimento ou projeto pode causar no sistema elétrico. Geralmente, esses projetos estão relacionados à geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica.
Além disso, o RISE é utilizado para analisar diversos aspectos, tais como a capacidade de geração ou de transmissão de energia, a estabilidade do sistema elétrico, a qualidade da energia fornecida, entre outros fatores relevantes. Ele busca identificar possíveis impactos negativos que o empreendimento possa causar no sistema, além de sugerir medidas mitigadoras para minimizar esses impactos. Por conseguinte, esse documento é fundamental para o planejamento e a tomada de decisão em relação a novos empreendimentos energéticos, assegurando que o sistema elétrico opere de forma segura, eficiente e confiável.
Importância do Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
Primeiramente, o RISE desempenha um papel essencial na tomada de decisões estratégicas, fornecendo informações detalhadas sobre os efeitos das operações elétricas no ambiente circundante, na comunidade e na infraestrutura.
O RISE (Relatório de Impacto no Sistema Elétrico) avalia os efeitos das cargas não lineares no sistema elétrico por meio de medições e simulações, fornecendo medidas de compensação quando necessário. Além disso, consumidores devem apresentar o relatório à concessionária, destacando os impactos das cargas em seus sistemas e propondo soluções para conformidade com as normas. As concessionárias podem exigir o RISE quando o Montante de Carga Potencialmente Perturbadora (CPP) for igual ou superior a 150 kW, considerando distância da subestação ao ponto de acesso, níveis de curto-circuito, troca de nível de tensão e características das cargas. Dessa forma, cargas Potencialmente Perturbadoras incluem inversores de frequência, aparelhos de solda, fornos de indução, retificadores, conversores, grandes motores e bancos de capacitores.
Benefícios do RISE
Os benefícios do RISE incluem redução de paradas de produção, detecção de sobrecargas, aumento da vida útil de motores, entre outros. Por fim, oferecemos soluções completas de medição e diagnóstico de qualidade de energia para diversas indústrias. Entre em contato para saber mais sobre o RISE e nossas soluções personalizadas.
A RGE-CPFL está solicitando, em determinados casos de pedidos de nova ligação ou aumento de carga, a apresentação de um Relatório de Impacto no Sistema Elétrico, conforme listado nos “Documentos Necessários e Critérios para Apresentação de Projetos (Anexos) – Anexo1 – Subestações”, disponível em seu site e também pela normativa GED 10099 (Requisitos para Conexão de Cargas Potencialmente Perturbadoras ao Sistema Elétrico da CPFL). Estas exigências baseiam-se na alínea a) do inciso I do Art. 3º da Resolução Normativa ANEEL nº 414, de 09 de setembro de 2010, que aborda a instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora ou o ressarcimento à concessionária por danos a outros consumidores. As concessionárias de energia elétrica adotam o procedimento do RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico devido à responsabilidade com a qualidade do serviço fornecido.
Estudo de Qualidade da Energia
O RISE deve incluir um estudo de qualidade da energia, destacando as possíveis perturbações, como distorções harmônicas, causadas pela nova carga no PAC. Além disso, o relatório deve propor soluções para garantir a conformidade com os níveis estabelecidos pelas normas (IEEE519-1992). Embora toda carga adicional tenha algum impacto na rede elétrica, apenas aquelas consideradas “potencialmente perturbadoras” são sujeitas à exigência do RISE.
A concessionária avalia a necessidade deste estudo em cada caso específico, levando em consideração a potência, regime de operação, características e localização da carga. É responsabilidade do cliente identificar e resolver problemas internos na fábrica, contratando serviços de consultoria conforme necessário. As concessionárias não interferem nos custos, apenas solicitam medições e estudos para garantir que a qualidade do fornecimento de energia não seja comprometida devido às contribuições da carga do cliente, conforme estabelecido na Resolução ANEEL nº 414, de 09 de setembro de 2010.
Elementos Principais do RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
O RISE é composto por várias etapas e elementos-chave, incluindo:
- Análise de Dados e Tendências: Coleta e análise de dados para identificar padrões e tendências relevantes.
- Avaliação de Riscos e Consequências: Avaliação dos riscos associados às operações elétricas e seus potenciais consequências.
O RISE (Relatório de Impacto no Sistema Elétrico) envolve uma série de estudos elétricos que são realizados para avaliar o impacto de um empreendimento ou projeto no sistema elétrico. Aqui estão alguns dos estudos elétricos incluídos no RISE, com detalhes sobre cada um:
- Estudo de Fluxo de Potência:
- Este estudo avalia como a potência flui pelo sistema elétrico, identificando as áreas de sobrecarga ou subutilização da capacidade de transmissão. Assim, ele fornece informações cruciais sobre a capacidade do sistema de lidar com a nova carga gerada pelo projeto em questão.
- Análise de Curto-Circuito:
- Este estudo determina as correntes de curto-circuito que podem ocorrer em diferentes pontos do sistema elétrico em caso de falha. Isso é essencial para dimensionar os dispositivos de proteção e garantir a segurança dos equipamentos e das pessoas.
- Estudo de Estabilidade de Tensão:
- Avalia a capacidade do sistema elétrico de manter as tensões dentro de limites aceitáveis durante perturbações ou variações de carga. Portanto, esse estudo é crucial para garantir a operação estável do sistema e prevenir quedas de tensão prejudiciais.
- Análise de Coordenação de Proteção:
- Examina como os dispositivos de proteção, como relés e disjuntores, operam em conjunto para isolar falhas e proteger o sistema elétrico contra danos. Além disso, garante que a coordenação entre esses dispositivos seja adequada para manter a integridade do sistema.
- Estudo de Qualidade de Energia:
- Analisa a qualidade da energia na instalação, verificando aspectos como oscilações de tensão, distorções harmônicas e variações de frequência. Dessa forma, isso é importante para garantir que a energia atenda aos padrões de qualidade.
Processo de Elaboração do RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
O processo de elaboração do RISE envolve várias fases, incluindo:
- Coleta de Dados: Reunião de informações relevantes sobre as atividades elétricas e seus impactos.
- Análise de Dados: Avaliação detalhada dos dados coletados para identificar padrões e tendências.
- Formulação de Recomendações: Desenvolvimento de recomendações e estratégias para mitigar impactos negativos e promover práticas sustentáveis.
Benefícios do RISE para o Setor Elétrico
- Identificação precoce de problemas potenciais
- Melhoria da eficiência operacional
- Redução de custos relacionados a impactos não previstos
- Promoção da sustentabilidade e responsabilidade social corporativa
Desafios Enfrentados na Elaboração do RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
- Complexidade dos dados: Lidar com grandes volumes de dados e informações complexas.
- Integração de sistemas: Integrar diferentes sistemas e fontes de dados para uma análise abrangente.
- Avaliação de incertezas: Lidar com incertezas e variabilidades nos dados e nas previsões.
Estratégias para aprimorar o RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
- Investir em tecnologias de análise de dados avançadas
- Promover a colaboração entre diferentes partes interessadas
- Capacitar profissionais para realizar análises complexas e interpretar resultados
Exemplos de Aplicações do RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
No Brasil, o RISE é aplicado em diversos projetos relacionados ao setor elétrico para garantir o planejamento e a operação segura do sistema. Alguns exemplos práticos de aplicação do RISE incluem:
Construção de Usinas Hidrelétricas:
Antes de construir uma usina hidrelétrica, é crucial realizar um RISE para avaliar seu impacto na estabilidade do sistema elétrico. Nesse sentido, é necessário considerar aspectos como a variação sazonal do volume de água, a capacidade de transmissão de energia até os centros de consumo e a necessidade de reforços na infraestrutura existente.
Integração de Parques Eólicos:
Ao planejar a instalação de parques eólicos, é essencial que se realize um RISE para analisar como a intermitência da geração eólica pode afetar a operação do sistema elétrico. Isso envolve, portanto, a avaliação da capacidade de absorção de energia e a necessidade de ajustes na rede de transmissão para acomodar a variabilidade dessa fonte renovável.
Expansão da Rede de Transmissão:
Quando há a necessidade de expansão da rede de transmissão para conectar novas áreas de geração ao sistema, as autoridades conduzem um RISE para avaliar o impacto dessa expansão na operação global do sistema elétrico. Isso envolve, assim, a consideração da eficiência na transmissão e a segurança operacional.
Implantação de Linhas de Transmissão de Longa Distância:
A implantação de linhas de transmissão de longa distância é uma operação complexa que demanda planejamento detalhado e avaliação cuidadosa dos impactos. Essas linhas desempenham um papel fundamental na integração de diferentes áreas de geração e consumo de energia elétrica, facilitando o transporte eficiente de eletricidade por longas distâncias. Além disso, possibilitam o acesso a fontes de energia renovável localizadas em regiões remotas e a interligação de sistemas elétricos regionais, contribuindo para a segurança e estabilidade do fornecimento de energia elétrica. No entanto, a implantação de linhas de transmissão de longa distância também pode enfrentar desafios, como questões ambientais, sociais e técnicas, que exigem análise e mitigação adequadas para garantir o sucesso do projeto.
Introdução de Novas Tecnologias:
A introdução de novas tecnologias, como sistemas de armazenamento de energia ou dispositivos de controle avançado, também é avaliada por meio de um RISE, a fim de compreender o impacto dessas inovações no sistema elétrico existente.
EXEMPLO – RISE – Relatório de Impacto no Sistema Elétrico
As concessionárias, portanto, informam a necessidade de reforçar o processo vigente de liberação de carga, especialmente nas condições de Aumento de Carga ou de Carga Nova. Além disso, além de analisar o montante da carga já existente, as empresas agora também avaliarão o tipo de carga, podendo exigir um Relatório de Impacto no Sistema Elétrico (RISE).
Este relatório é fundamental para estudar a qualidade da energia com possíveis perturbações, destacando as distorções harmônicas que uma nova carga pode provocar nas proximidades do Ponto de Acoplamento Comum (PAC). Portanto, no RISE, as concessionárias devem propor soluções para evitar violações dos níveis pré-estabelecidos por normas.
O Departamento de Engenharia e Gestão de Ativos realiza, desse modo, a avaliação da necessidade desse estudo e leva em conta os seguintes parâmetros:
- O montante de carga potencialmente perturbadora (CPP) igual ou superior a 150 kW;
- A distância da Subestação (SE) até o ponto de acesso;
- Os níveis de curto-circuito no ponto de acesso.
O cliente deve, assim, fornecer as características reais da nova carga e da existente, se já estiver conectada, comprometendo-se com a veracidade das informações. Além disso, as concessionárias podem realizar medições a qualquer momento para confirmar os dados informados.
O processo para Aumento de Carga ou Nova Conexão segue, portanto, os seguintes passos:
Aumento de Carga:
A princípio, as concessionárias solicitam que o acessante apresente o RISE-1 antes do aumento de carga pretendido, contendo medições no PAC sem qualquer carga do acessante, com a carga atual e uma simulação/previsão do impacto do acréscimo da nova carga.
Posteriormente, com o RISE-1 em mãos, as concessionárias emitem uma Liberação Precária de Operação (LPO), permitindo ao acessante ligar a carga pretendida para testes, correções e medições durante um período determinado.
Em seguida, o acessante deve apresentar o RISE-2 até o final do período da LPO, contendo medições com toda a carga do acessante, em situações especiais, comparações entre os resultados do RISE-1 e do RISE-2, e providências tomadas.
Se as concessionárias aprovarem o RISE-2, emitirão a Liberação Definitiva de Operação (LD) da carga pretendida.
Cliente Novo:
Primeiramente, as concessionárias emitem uma Liberação Precária de Operação (LPO). Durante esse período, o acessante pode ligar a carga pretendida para testes, correções e medições.
Posteriormente, até o final do período da LPO, o acessante deve apresentar o RISE Unificado, contendo medições sem qualquer carga do acessante, com a carga do acessante, em situações especiais e comparações entre as medições.
Com a aprovação do RISE Unificado, as concessionárias emitem a Liberação Definitiva de Operação (LD).
É importante ressaltar que é necessário realizar as medições por um período mínimo de 7 dias completos e consecutivos. Os resultados devem abranger diferentes aspectos da qualidade da energia, como tensão em regime permanente, distorção harmônica de tensão e corrente, flutuação de tensão, desequilíbrio, cintilação (flicker) e outras, conforme estabelecido pela Norma IEEE Std 519-1992.
O processo de elaboração do RISE segue orientações específicas para apresentar medições de forma clara e organizada. As concessionárias exigem
Sobre a Necessidade de Apresentação do RISE:
A exigência do RISE pelas concessionárias em alguns casos de pedidos de nova ligação ou aumento de carga está fundamentada na Resolução Normativa ANEEL nº 456. Portanto, as empresas buscam resguardar os direitos dos consumidores e minimizar prejuízos potenciais ao sistema elétrico.
As concessionárias realizam a avaliação da necessidade do estudo, levando em consideração parâmetros técnicos e normativos. É importante destacar que toda carga adicional pode afetar a rede elétrica, e o RISE é essencial para mitigar potenciais impactos negativos.
O Departamento de Engenharia e Gestão de Ativos das concessionárias avalia a necessidade do estudo. Enquanto a identificação e a solução de problemas internos na fábrica são de responsabilidade do próprio cliente. Assim, as concessionárias solicitam o estudo para assegurar a qualidade do fornecimento de energia e atender às regulamentações estabelecidas pela ANEEL.